Monday, June 11, 2007

my sweet sadness

doce e triste é essa nostalgia... essa repentina saudade do dia em que a gente era feliz e não sabia.
saudade do dia em que
a grama era verde e o único desejo era deitar sobre ela para ver as nuvens de dia e as estrelas à noite;
o sorvete era gelado e o dia era quente, e a única preocupação era acabar com ele antes que derretesse;
a noite era fria, e a vontade de ficar em volta da fogueira era mais forte;
as brincadeiras eram tantas e tínhamos apenas que decidir por qual;
a família era jovem;
as promessas eram verdadeiras, o amor era para sempre, e tudo o que se queria era amar e saber que era recíproco.

hoje
a grama está suja e o céu nublado, e à noite só dá pra ver as estrelas se for longe da cidade;
o sorvete ainda é gostoso e o dia é até quente, mas não dá mais pra saboreá-lo com calma;
a noite continua fria, mas não dá mais pra acender a fogueira no meio da rua;
as brincadeiras ainda existem, mas ninguém tem mais vontade ou coragem de brincar;
não existem mais promessas, o amor foi iludido, não correspondido, rejeitado... mas ainda assim é forte e acredita que ainda pode e deve amar, cada vez mais;

os velhos amigos foram arrastados e sufocados pela vida, os novos estão sendo, e os futuros certamente serão.
e assim, a instropecção é cada vez mais encorajada. agora não há lugar para o furor e o fogo que remanesceu por causa do que se quis fazer e não foi feito.

vou somente pôr o dvd da vida no aparelho e apertar play.
porém, não o farei sofrendo, não. assistirei me sentindo feliz e experimentando a emoção de pensar que isso aconteceu comigo; que essa é a história da minha vida.

assistirei com a serenidade de alguém esperando pela morte, insistindo em acreditar que o motivo pelo qual nada se transformou exatamente no que eu desejei é porque o melhor ainda está por vir.

3 comments:

M. Fróes said...

escrevemos de formas bem distintas, mas dizemos a mesma coisa, reparou?
Tá, temos discordâncias em alguns aspectos, mas muita coisa converge.
Eu vou te falar o mesmo que você havia me dito há um tempo: cuidado para não se tornar só para si mesma. Por mais que tenhamos que ser para nós, temos que saber até aonde seremos... entende?

eu said...

reparei, sim.
e pode ficar tranquilo, tomarei esse cudiado...

eu said...

*cuidado :P