Thursday, June 28, 2007

por quê não deixou?

por quê você não deixou??
por quê não deixou que eu fosse tudo o que eu gostaria de ser, por quê não deixou que eu mostrasse tudo o que eu sou?
agora, por sua causa, essa agonia grita aqui, e exige uma atitude de minha parte.
mas que atitude????
o que mais eu posso fazer, se tudo o que eu podia ter feito, eu fiz??
se tudo o que você me permitiu fazer, eu fiz.

sabe o que eu acho hoje?
acho até que você fez bem em não ter deixado.
pode ser que nem tenha sido por querer.
talvez isso tenha sido tudo o que vc possa ter permitido mesmo.
talvez um dia você entenda o que eu quero dizer com isso tudo.
talvez um dia você entenda tudo o que ficou por dizer e que por vários motivos não foi dito.
aí você vai entender tudo, não só sobre mim, mas também sobre você, as coisas que nem você entende.

a diferença entre nós é que você tem muito medo de tudo, mas não admite.
você tem vontade, mas não age.
energia acumulada gera tensão.
tensão acumulada gera angústia.
angústia não é saudável.
e é por isso que eu fiz tudo o que eu já fiz até hoje.
e é por isso que eu estou fazendo isso agora.

Tuesday, June 19, 2007

catarse

eu vejo o mundo pela janela do quarto.
minha letra muda repentinamente sem explicação aparente.

"quem é ela?"
não tem ninguém ao lado.
líder de mercado
contato
visão.com
dentro do carro, raramente presto atenção em quem está do lado de fora.
Sair -> clique aqui . . . . . . . ERRO - NÃO FOI POSSÍVEL
REALIZAR A FUNÇÃ
O. REINICIE O COM
PUTADOR E TENTE
NOVAMENTE MAIS
TARDE.



São palavras realmente
reveladoras de processo
algum?


São datas realmente
importantes?

(20/06/07)





Friday, June 15, 2007

insight

como a alusão à lâmpada acendendo sobre a cabeça,
um insight!
finalmente eu compreendi, finalmente eu entendi.
ou, pelo menos, finalmente entendi, me baseando em tudo o que me permite entender.
apesar disso, sanar uma dúvia implica no surgimentou de outra(s).
ainda assim, não pensarei nisso agora.
apenas aproveitarei o prazer da claridade proporcionada por esse momento!

e, a partir de hoje, começo a reorganizar meu espaço,
usando como guia a energia dissipada
e muito apropriadamente absorvida nesse momento.

diante disso, declaro com segurança que, de agora em dirante, tudo finalmente será diferente.

;)

Wednesday, June 13, 2007

era uma vez um iceberg que gostaria de ser como a água...
ele vivia angustiado porque sabia que, sozinho, provavelmente nunca iria alcançar esse objetivo. dependia, necessariamente, do clima, de outras criaturas, e até de outros icebergs que pudessem colidir com ele.

durante toda a sua existência, milhares de seres vivos passaram por ele, porém muito poucos foram humanos. os que passavam em embarcações somente aproveitavam-no naquele momento. para todos isso era uma grande alegria, mas para ele era ainda mais, pois ele sabia que aquele momento seria, provavelmente, tudo o que poderia ter com aquelas pessoas. depois que a embarcação passava, o iceberg voltava a experimentar o enorme vazio que preenchia a sua existência.

diz-se que ele queria ser como água porque o que mais lhe incomodava era a sua condição estática. ele queria, através as correntes marítimas, viajar pelo mundo e alcançar mares e povos desconhecidos. sonhava com isso noite e dia. quem sabe depois disso, pensou ele certa vez, poderia se transformar em ar, e ir anda mais longe! mas ele pensava que isso já era sonhar alto demais, e não pensava muito nisso de fato.

um dia, passando por ele em uma embarcação de cruzeiro intercontinental, um pesquisador descobriu sobre o sonho daquele iceberg. decidiu, então, fazer algo.
decidiu que o objetivo de sua vida naquele momento, seria ser cúmplice dele.
em uma pequena lancha, partiu em direção ao iceberg. decidira que, apesar de todas as dificuldades implicadas nisso, iria morar nele até que ele derretesse completamente.
para isso, levou muita lenha e fogueira. montou um iglu, e passou a se alimentar de peixe fresco e beber água do próprio iceberg. fixou moradia.

acendeu a fogueira e decidiu que ela nunca mais iria se apagar. olhava por ela dia e noite, para ter certeza de que o fogo estava sendo alimentado direito.

e ficou lá durante meses. para ele não era nenhum sacrifício, visto que esse era o objetivo de sua vida. estava certo disso dese o início.
porém, ele percebeu que pouco estava adiantando. o iceberg derreteu, se muito, o equivalente a alguns baldes de água. o pesquisador começou a ficar frustrado, e fazer mais fogueiras, mas não adiantou muito. ele começou a imaginar o que estava fazendo de errado, porque o seu plano não estava dando certo. mas, quando pensava nisso, se mantinha firme, e acreditava que o tempo é o senhor de todas as respostas. afinal, o que eles dois queriam estava sim acontecendo... lentamente, mas estava. e era isso que importava. estava disposto a esperar o quanto fosse, até que atingisse o seu objetivo.

infelizmente, o iceberg não queria esperar muito, queria resultados imediatos. não teve paciência para esperar, e o que no início era motivo de alegria e excitação, passou a ser mais angústia.

o iceberg de repente começou a ficar mais frio, e, com a chegada do inverno, fez com que as fogueiras se apagassem. foi uma maneira sutil de expulsar o pobre pesquisador de lá. frustrado, ele entendeu o recado e abandonou-o. seus amigos pesquisadores sempre acharam essa idéia maluca, e disseram pra ele desistir e parar de pensar nisso. disseram para ele que tem coisas que não mudam, por mais que se tente e se esforce.

no final da história, temos um iceberg angustiado com a idéia de que talvez nunca consiga alcançar o seu objetivo, e um pesquisador frustrado, sem saber o que ele fez de errado. mal sabe ele que não foi culpa dele; os icebergs são naturalmente solitários, frios, idealizadores demais e difíceis de mudar, por mais que queiram.
e, mal sabe ele - o iceberg - que talvez demore anos até que outro pesquisador apareça com a mesma disposição para ele, ou quem sabe, talvez nunca mais apareça. ele não soube aproveitar a oportunidade que teve, dando tempo ao tempo, e tendo paciência para esperar por resultados concretos. enfim, ficou à própria sorte.

mesmo assim, até hoje o pesquisador torce pelo sucesso daquela que foi um dia a sua moradia, na sua busca pelo preenchimento do seu enorme vazio existencial.

se fosse o pesquisador, o que você faria?
e se fosse o iceberg?

Monday, June 11, 2007

my sweet sadness

doce e triste é essa nostalgia... essa repentina saudade do dia em que a gente era feliz e não sabia.
saudade do dia em que
a grama era verde e o único desejo era deitar sobre ela para ver as nuvens de dia e as estrelas à noite;
o sorvete era gelado e o dia era quente, e a única preocupação era acabar com ele antes que derretesse;
a noite era fria, e a vontade de ficar em volta da fogueira era mais forte;
as brincadeiras eram tantas e tínhamos apenas que decidir por qual;
a família era jovem;
as promessas eram verdadeiras, o amor era para sempre, e tudo o que se queria era amar e saber que era recíproco.

hoje
a grama está suja e o céu nublado, e à noite só dá pra ver as estrelas se for longe da cidade;
o sorvete ainda é gostoso e o dia é até quente, mas não dá mais pra saboreá-lo com calma;
a noite continua fria, mas não dá mais pra acender a fogueira no meio da rua;
as brincadeiras ainda existem, mas ninguém tem mais vontade ou coragem de brincar;
não existem mais promessas, o amor foi iludido, não correspondido, rejeitado... mas ainda assim é forte e acredita que ainda pode e deve amar, cada vez mais;

os velhos amigos foram arrastados e sufocados pela vida, os novos estão sendo, e os futuros certamente serão.
e assim, a instropecção é cada vez mais encorajada. agora não há lugar para o furor e o fogo que remanesceu por causa do que se quis fazer e não foi feito.

vou somente pôr o dvd da vida no aparelho e apertar play.
porém, não o farei sofrendo, não. assistirei me sentindo feliz e experimentando a emoção de pensar que isso aconteceu comigo; que essa é a história da minha vida.

assistirei com a serenidade de alguém esperando pela morte, insistindo em acreditar que o motivo pelo qual nada se transformou exatamente no que eu desejei é porque o melhor ainda está por vir.