Monday, August 27, 2007

Viajar.
Correr cidades, ganhar mundo.
Ver com os olhos e sentir o que até hoje só ouvi falar. Aprender muito mais em um minuto do que quem leu a vida inteira um milhão de livros sem sair do lugar. Entender que o que eu penso sobre o que é certo e aceitável na verdade não pode nem ser classificado como certo ou errado. Tal maniqueísmo não cabe mais nem dentro da dita comunidade acadêmica, que dirá na vida real.

É, eu quis dizer isso mesmo, vida real.
Sem vergonha nenhuma, te desafio a admitir que pouco mais de 5% do que aprendeu no ensino formal é tudo o que vais achar verdadeiramente útil em toda a sua vida real.
Definir vida real, por outro lado, fica a seu critério. Qualquer que seja essa definição, porém, continuo a manter o que disse acima. Se acha que isso é mentira, quero que faça-me um apontamento contendo tudo, com detalhes, o que você aprendeu até hoje através das instituições. Não se pode comparar viver com o ato de ter empurrados goela abaixo conhecimentos, ou melhor, versões que alguém inventou sobre alguma coisa, outras pessoas concordaram, e transformaram-nas em postulados. Infelizmente, tenho que fazer parte disso, afinal, tenho que jogar o jogo deles. Preferiria criar os meus próprios.

O mundo é grande demais para que alguém, por mais apegado e estável que seja ou ache que seja, não tenha vontade de sair. Curriculum nenhum pode ser capaz de competir com a experiência de alguém que já andou léguas com uma mochila nas costas, talvez uma bicicleta, ou eventualmente um bilhete de trem. Nenhum curso de faculdade pode competir com isso. Uma pessoa não terá vivido plenamente a menos que tenha experimentado ser ou fazer pelo menos vinte coisas que acredita que provavelmente nunca teria feito.

Aprenderei arquitetura olhando e entrando da casa mais antiga ao prédio mais luxuoso de uma cidade. Vou saber mais sobre história visitando museus e monumentos, e sobre arte, visitando galerias e andando pelas ruas. Geografia e geologia vou ter nos pés, e biologia a dois palmos de distância. Isso só para citar algumas.

Na verdade, não é preciso ir tão longe para isso, mas eu quero. E vou.
Se não for hoje, irei amanhã.

Saturday, August 18, 2007

papel

eu descobri que não sei fazer papel transparente.
é simplesmente com ou sem papel, que é sempre opaco.
e agora, no meio da madrugada, me pego com a cobrança de ter que descobrir como lidar com isso.

Tuesday, August 14, 2007

topo do mundo

eu devo dizer, é muito bom estar no topo do mundo.
mas... e agora? o que eu devo fazer?
descer e fingir que nada aconteceu? ou morrer de frio aqui em cima?
ainda tem alguma coisa faltando.
acho que vou ficar aqui mais um pouco e me permitir descansar, olhando essa plantinha que acabou de aparecer.
essas coisas não se vê todo dia...

Friday, August 03, 2007

o que não foi dito

o que não foi dito, e provavelmente nunca será.
a verdade que tantas vezes foi dita brincando, e a mentira que foi dita querendo enganar.
às vezes é preferível que aquilo que não foi dito continue sem existir em claros termos.
sem querer, a gente continua esperando.
como é que se pode ter saudade daquilo que nunca se teve realmente?