Thursday, June 29, 2006

no title

Abriu os olhos de súbito. Tornou a fechá-los. Anulando a visão, poderia experimentar melhor os outros sentidos, sobretudo a audição. O farfalhar das folhas balançadas pelo vento soava forte, em contraste com o suave dialogar das aves.
Semicerrou os olhos; começou a brincar de embaçar as vistas, num misto de semicerrar e fechar os olhos. Finalmente os abriu e viu o céu coberto de núvens brancas, e só alguns pedaços azuis. Estava na posição deitada de costas, braço direito sobre a testa, uma perna cruzada sobre a outra. De repente ocorreu-lhe algo, um súbito. Passou a analisar cada sensação que os sentidos permitiam-lhe sentir. Observou que as nuvens se moviam depressa, e ocupavam lugares antes vazios sem desobstruir os antes já cobertos; ouvia passos perdidos vez ou outra, conversas ralas e distantes. Sentiu o vento batendo em seu joelho esquerdo.
Levantou-se. Estava com os cabelos recém enxutos e levemente embaraçados, as roupas ainda com marcas de que foram vestidas sem um adequado trato do corpo com uma toalha, a vista lilgeiramente embaçada, resultado da brincadeira com as pálpebras. Tateou a pele e sentiu-a macia, talvez pelo efeito do ralo banho-de-sol que havia tomado a pouco. Calçou suas sandálias novas e foi andando até onde estavam acomodados seus pertences. No percurso pôde observar a quem pertenciam as vozes e os passos que escutara minutos antes, assim como a mudança de cor das núvens de branco para cinza. Provavelmente vai chover, mas logo vai passar, pensou. Reparou que o Sol estava baixo, mas ainda não havia se posto. Nem fazia idéia de que horas deveriam ser, afinal, ali não se carregava relógio. Chegou, pegou o necessário e partiu refazendo todo o percurso. Olhou para o céu e viu um arco-íris ligeiramente apagado, rodeado pelas nuvens cinza, o que reforçou seu pensamento de chuva. Voltou ao lugar de onde havia saído, deitou-se (agora de bruços). Reparou que as núvens cinzas agora haviam encoberto todo o céu. Nem teve tempo de pensar em outra coisa quando as primeiras gotas atingiram sua batata da perna. Relutou em sair dali por uns segundos, mas desistiu quando começou a ficar frio.
A chuva (que, como previsto, logo passou), encharcando aquele lugar - de onde nasceu o súbito de inspiração - fez com que fosse sentar-se em ma cadeira. Como não tinha ido àquele lugar para sentar-se em cadeiras, esperaria, então, a chuva passar e logo voltaria a sentar (ou deitar) na velha tábua de madeira.

2 comments:

eu said...

Perdoem os erros de digitação... já corrigi vários, e se tiver mais algum, estou com preguiça de procurar!

eu said...

Eu particularmente não gostei desse...
O de amanhã está melhor!


E preciso parar de comentar em meu próprio blog.